Nascidos nos Anos 50
“Nascidos nos anos 50“, embora remeta, aparentemente, para um princípio unificador, é na sua essência uma exposição sobre diferenças. É, um reflexo, de uma realidade cultural bastante fragmentada, a nível mundial, evidente na obra dos arquitectos convidados.
Para além da década em que nasceram, outro dado comum que possuem é a grande intensidade do seu trabalho, que, em qualquer dos casos, evidencia uma extraordinária exigência relativamente à sua prática, e nos surpreende em cada nova abordagem. São percursos profissionais consolidados através de meticulosa investigação e de processos de sucessivas descobertas.
Os 5 autores convidados, oriundos de espaços culturais distintos, percorrem caminhos aparentemente antagónicos. Partindo dessa constatação, a concepção das exposições é deixada ao livre-arbítrio de cada arquitecto. Poderão ser de carácter monográfico, auto-referenciado, incorporando, ou não, a presença de outros projectos/objectos da sua autoria.
Eduardo Souto de Moura, do Porto e João Luís Carrilho da Graça, de Lisboa são os dois arquitectos portugueses presentes. A par destes, Diller Scofidio+Renfro (EUA), Mansilla+Tuñóm, (Espanha) e Zaha Hadid (Inglaterra/Irão?), abordam os cinco espaços que encerram o circuito expositivo no Pavilhão de Portugal.
Antevêem-se assim, diferentes graus de ligação, reacção ou completa e deliberada autonomia, relativamente ao espaço em que se instalam. As exposições patentes em“Nascidos nos anos 50“, serão sempre, a um certo nível, “Diálogos com Álvaro Siza“.
(*) Texto escrito no âmbito do comissariado da exposição do mesmo nome na Trienal de Lisboa 2007