Museu Santiago Ydañez
Descrição
El Museo-Faro
O Museu ocupa a Antiga Fábrica La Vicaría. Trata-se de um conjunto edificado com uma forte visibilidade e uma identidade própria, significando para a povoação uma espécie de templo na sua pequena acrópole.
A proposta consiste numa “intervenção mínima” na qual, de um modo essencial, o objecto se assume como um “sinal” de cultura. Representa um marco no território que, simultaneamente, enfatiza as particularidades do lugar e afirma à povoação o novo museu, enquanto equipamento de referência. Adicionalmente, dada a presença estratégica deste edifício na entrada da povoação, poderá ainda assumir o carácter de novo “espaço de eventos“ para momentos de especial significado para a comunidade.
Assim, o museu organiza-se em três níveis:
1. No térreo, um grande átrio exterior, definido pelos dois edifícos pré-existentes e pelo corpo novo que os interliga, recebe os visitantes. As antigas naves contém as funções programáticas autonomizáveis, nomeadamente o auditório, a loja, a cafetaria e a mediateca. O volume proposto alberga as exposições temporárias, divididas em três grandes salas.
2. No subterrâneo encontra-se o núcleo da colecção permanente, bem como todas as áreas técnicas de apoio e depósito.
3. Na cobertura, um espelho de água refresca o ambiente – aludindo a uma estratégia de raíz islâmica – e reflecte as naves existentes nesta nova ala. O volume “farol” estende-se visualmente à paisagem e possui um carácter flexível, podendo destinar-se a exposições especiais, às “vernissages” e “finissages”.
Quanto à tectónica, utilizam-se materiais naturais como o tijolo maciço artesanal, a pedra e as argamassas tradicionais. O vidro surge como uma consequência natural da desejada abertura à envolvente e o aço-corten como material identitário, numa analogia com as cores do território e as obras de Santiago Ydañez – encarnado, mas também capaz de conferir ao conjunto uma presença telúrica.
Para além das intenções arquitectónicas, o conceito de “intervenção mínima” é também levado à economia de recursos. Considerando a conjuntura de escassez, ao mesmo tempo que se recuperam dois edifícios com valor patrimonial, constitui-se o museu com o investimento estritamente necessário.
Esta opção de reciclar a “memória colectiva” parece encontrar coerência no espírito “sustentável” da povoação, que é, de resto, confirmado na sua estação fotovoltaica.
Ficha Técnica
Puente de Génave, Andaluzia, Espanha
2.500 m2
ARX Portugal, Arquitectos lda.
José Mateus
Nuno Mateus
Ricardo Guereiro, Fábio Cortês, Ana Fontes, Baptiste Fleury
3D
Fábio Cortês
Fotografia
ARX Portugal, Arquitectos lda.