Vilamoura Old Casino

Descrição

O lote onde se propõe a implantação do empreendimento “Old Casino”, integra-se num contexto de proximidade privilegiada com a Marina de Vilamoura. Apresenta um posicionamento de enorme relevância visual a partir da Avenida João Meireles e da Estrada da Quarteira, um boulevard ajardinado estruturante dos fluxos viários da envolvente – será por isso um conjunto arquitectónico relativamente marcante e icónico. 

Este projecto pretende conciliar a abertura de vistas para a envolvente, com a procura de uma espacialidade específica, qualificada e contida, num espaço controlado de jardim comum ao empreendimento, que definirá a sua identidade específica, o seu espaço de memórias. 

Da implantação de figura quadrada, surgem assim dois blocos paralelos, a nascente e a poente de modo a proporcionar aos fogos as melhores orientações solares, com altura de 5 pisos + 1 piso recuado, que definem entre eles um espaço central de referência. Concentram no seu interior a totalidade da área habitacional, bem como parte do programa de retail. As amenities e as piscinas exteriores de utilização comum, com volumetrias de menor expressão, ocupam os outros dois lados do polígono quadrado, definindo assim no seu conjunto um espaço colectivo e verde no centro do empreendimento, à semelhança de um claustro, tipologia ancestral da nossa história da arquitectura, que medeia e articula o espaço interno e o espaço exterior, arquitectonicamente definido e controlado. Definido o espaço como um todo, particularizou-se a sua vivência num sistema de sub-espaços exteriores, delimitados por sebes, como se de salas ou de uma casa se tratasse. Pretende-se constituir a base dum ecossistema de espaços específicos, variáveis, com dimensões diferentes, que definem ambientes exteriores mais intimistas ou mais abertos para instalar distintos programas: zonas equipadas, zonas de jogo, zonas de descanso e de encontro. 

A cave subterrrânea ocupa a totalidade do polígono de implantação admitido e dá suporte aos volumes a edificar. Permite no seu interior uma circulação automóvel simples e fluida, ininterrupta e bem dimensionada, num piso único, e serve de ligação entre os dois blocos habitacionais, garantindo um acesso directo ao exterior e ao logradouro. 

A orla de jardim periférica às construções procura estruturar e envolver o espaço entre a massa edificada e o limite do lote, numa linguagem necessariamente mais livre, cosendo o empreendimento através de uma ampla zona verde autóctone com a envolvente construída onde se insere. 

A separação física entre o exterior e o interior do lote prevê a plantação de buffers herbáceo-arbustiva autóctones que, em conjunto com a modelação do terreno, permite reduzir o impacto visual das vedações e favorece a continuidade e integração espacial da intervenção no seu contexto.