Museu Serlachius – Extensão Gösta
Descrição
CONTEXTO
O edifício de Ampliação do Serlachius Museu – Gosta Extensão – tem necessariamente um carácter simbólico, sublinhado pela soberba localização em Joenniemi Manor, o que lhe confere uma importância incontornável.
Elementos relacionados com a cultura da água, tais como a Vuohijoki landscape, assim como as vistas privilegiadas para o Lago Melasjarvi e para a Ilha Taavetinsaari, são características fundamentais para que este seja um local particularmente adequado para situar uma infra-estrutura da importância da que agora se pretende implantar – uma extensão / ampliação do actual Museu.
O edifício existente, construído entre 1932 e 1935, foi desenhado inicialmente como a casa de habitação da família Sherlachius, inspirada na arquitectura das casas de campo Inglesas e no movimento Funcionalista. Posteriormente, por volta de 1945 e após a morte do Gosta Sherlachius, parte da casa foi reconstruída segundo espaços expositivos. Só por volta de 1983-84, é que a casa foi finalmente remodelada e transformada em Museu.
Para além da casa existente, também os jardins exteriores desempenham um papel fulcral na história deste local. Desenhados por Paul Olsson, e datados de 1935, estes jardins de influência claramente clássica e formal ambicionavam implementar espelhos de água e esculturas ao longo do território – intenções essas que nunca chegaram a ser cumpridas.
Neste contexto, e devido ao acentuado aumento do espólio expositivo do Serlachius Museu surge assim a clara necessidade de ampliação do mesmo..
CONCEITO
O novo Museu materializa-se como uma landscape que reinterpreta o conceito do jardim existente e respectivos acessos, ao mesmo tempo que redesenha a actual linha de costa permitindo deste modo que a água seja parte integrante da composição arquitectónica.
Reforçando algumas das intenções passadas que Paul Olsson tinha para este local, a água surge como elemento escultórico e delimitador do espaço interior.
O acesso ao edifício desenha-se de um modo bastante natural e intuitivo.
Quase como um meio para chegar a um fim ou uma estrada para nos fazer chegar ao destino, o “percurso arquitectónico” deste projecto define a maneira de habitar o edifício.
A leitura do percurso é definida pela entrada no edifício e pelas suas possibilidades de movimentação interior. A escada, o elevador, o corredor e a rampa são os elementos principais na “orquestra” deste projecto.
O conceito do Museu é a definição do próprio percurso, em que um simples corredor é fundamental para a interpretação do mesmo.
O Percurso na Arquitectura é portanto um vazio na planta que pode ser preenchido com a audácia da interpretação de um espaço.
A arquitectura do novo Museu aspira a ser reflexo do carácter exploratório deste território. E, simultaneamente, contexto estimulante – enigmático – que interpela as faculdades sensoriais, perceptivas e intelectuais de quem visita o edifício.
À semelhança do conteúdo museológico que acolhe, também a arquitectura é matéria de interrogação disponível, composta por códigos decifráveis numa vivência atenta do mesmo.
Ficha Técnica
Joenniemi Manor, Finlândia
4644 m2
ARX Portugal, Arquitectos lda.
José Mateus
Nuno Mateus
Sofia Raposo, Joana Pedro, Fábio Cortês, Décio Cardoso
Fundações e Estruturas
Afaconsult – Carlos Quinaz
Engenharia Hidráulica
Afaconsult – Paulo Silva
Equipamentos Elétricos e Segurança Integrada
Afaconsult – Raul Serafim
Acústica
Afaconsult – Luís Conde Santos
Arquitectura Paisagista
ARX Portugal, Arquitectos Lda.
Plano de Segurança e Saúde
Eng.º Germano Rodrigues
3D
Perseu Mandillo